terça-feira, 21 de abril de 2009

De Filho para Mãe... Uma carta real...

Querida Mãe,

Como eu gostava de ter uma varinha de condão para me transformar de novo em criança...
Voltar à altura em que não havia preocupações, o tempo era inesgotável e a distância não existia.
Sempre que me deitava no teu regaço, o mundo parecia parar e nada nem ninguém me podia fazer mal.

Infelizmente, tal varinha não existe e eu cresci... Cresci tanto que até já sei o que é o esternocleidomastoideu!
Concretizei o sonho que juntos sonhámos! E a minha maior alegria foi poder dar-te essa alegria!

Sabes Mãe, neste corpo de adulto ainda mora a mesma criança de antigamente, mas essa criança, de repente, de um dia para o outro, viu-se com responsabilidades, longe de casa e obrigada a dividir o seu tempo e a sua atenção pelas outras pessoas e afazeres que também passaram a fazer parte da sua vida.

E tudo isto é difícil... É tão difícil, Mãe!
Ainda mais quando sinto que te estou a magoar... A pessoa que mais amo... Aquela que fez de mim quem eu sou e a quem devo tudo!

Acusaste-me de ter mudado... De estar diferente... Mas eu não mudei... O que mudou foi a nossa vida...

Eu não mudei... Continuo a ver-te como a minha confidente, a minha conselheira, o meu refúgio e o meu suporte para a vida... E sei que também me vês assim.

Eu não mudei, minha Mãe... Ainda sou o teu menino e sempre o serei...

Venha quem vier, aconteça o que acontecer.

Amo-te muito!
J.

1 comentário:

Prof. Tertuliano disse...

É real e deve ser bem gratificante para a mãe que a recebeu.