Que as mães se vão embora?
Mãe não tem limite,
É tempo sem hora,
Luz que não apaga
Quando sopra o vento
E chuva desaba,
Veludo escondido
Na pele enrugada,
Água pura, ar puro,
Puro pensamento.
Morrer acontece
Com o que é breve e passa
Sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
É eternidade!
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
De tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do mundo,
Baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
Mãe ficará sempre
Junto do seu filho
E ele, velho embora,
Será pequenino
Feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade (Autor brasileiro)
3 comentários:
Uma verdadeira pérola, este poema.
Mais um a bela iniciativa, esta de nos fazer lembrar as nossas mães.
Se me permite, colega Matilde, isto não é uma pérola, é um verdadeiro colar...
"E ele, velho embora,
Será pequenino
Feito grão de milho."
Uma delícia !!!
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