E tenho as formas ideais de Cristo;
Para alguém sou a vida e a luz dos olhos,
E, se na terra existe, é porque existo.
Esse alguém, que prefere ao namorado
Cantar das aves a minha rude voz,
Não és tu, anjo meu idolatrado,
Nem, meus amigos, é nenhum de vós!
Quando alta noite me reclino e deito
Melancólico, triste e fatigado,
Esse alguém abre as asas no meu leito,
E o meu sono desliza perfumado.
Chovam bênçãos de Deus sobre a que chora
Por mim além dos mares! Esse alguém
É de meus dias a esplendente aurora,
És tu, doce velhinha, ó minha mãe!
Gonçalves Crespo
1 comentário:
De tudo um pouco neste blog : prosa, poesia e até prosa poética. Poemas prosaicos é que não têm aqui lugar, e ainda bem ...
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