quarta-feira, 30 de abril de 2008

Alguém...

ALGUÉM

Para alguém sou um lírio entre os abrolhos,
E tenho as formas ideais de Cristo;
Para alguém sou a vida e a luz dos olhos,
E, se na terra existe, é porque existo.

Esse alguém, que prefere ao namorado
Cantar das aves a minha rude voz,
Não és tu, anjo meu idolatrado,
Nem, meus amigos, é nenhum de vós!

Quando alta noite me reclino e deito
Melancólico, triste e fatigado,
Esse alguém abre as asas no meu leito,
E o meu sono desliza perfumado.

Chovam bênçãos de Deus sobre a que chora
Por mim além dos mares! Esse alguém
É de meus dias a esplendente aurora,
És tu, doce velhinha, ó minha mãe!

Gonçalves Crespo

terça-feira, 29 de abril de 2008

Rosas Vermelhas...

Rosas Vermelhas

Nasci em Maio, o mês das rosas, diz-se. Talvez por isso eu fiz da rosa a minha flor, um símbolo, uma espécie de bandeira para mim mesmo.

E todos os anos, quando chegava o mês de Maio, ou mais exactamente, no dia 12 de Maio, às dez e um quarto da manhã (que foi a hora em que eu nasci), a minha mãe abria a porta do meu quarto, acordava-me com um beijo e colocava numa jarra um ramo de rosas vermelhas, sem palavras. Só as suas mãos, compondo as rosas, oficiavam nesse estranho silêncio cheio de ritos e ternura.

(...)

Em Maio de 1963, eu estava na cadeia, isto é, de certo modo, eu estava no meu posto. No dia 12 não acordei com o beijo de minha mãe.

Porém, nessa manhã (não posso dizer ao certo porque não tinha relógio, mas talvez – quem sabe? -, às dez e um quarto, que foi a hora em que eu nasci), o carcereiro abriu a porta e entregou-me, já aberta, uma carta de minha mãe. E ao desdobrar as folhas que vinham dentro do sobrescrito violado, a pétala vermelha, duma rosa vermelha, caiu, como uma lágrima de sangue, no chão da minha cela.

Manuel Alegre

(O belíssimo texto de onde foi retirado este excerto poderá ler-se, na íntegra,
aqui.)

Minha Mãe...

MINHA MÃE

Minha mãe, minha mãe, eu tenho medo
Tenho medo da vida, minha mãe.
Canta a doce cantiga que cantavas
Quando eu corria doido ao teu regaço
Com medo dos fantasmas do telhado.
Nina o meu sono cheio de inquietude
Batendo de levinho no meu braço
Que estou com muito medo, minha mãe.
Repousa a luz amiga dos teus olhos
Nos meus olhos sem luz e sem repouso
Dizei à dor que me espera eternamente
Para ir embora. Expulsa a angústia imensa
Do meu ser que não quer e que não pode
Dá-me um beijo na fonte dolorida
Que ela arde de febre, minha mãe.

Aninha-me em teu colo como outrora
Dizei-me bem baixo assim: - Filho, não temas
Dorme em sossego, que tua mãe não dorme.
Dorme. Os que de há muito te esperavam
Cansados já se foram para longe.
Perto de ti está tua mãezinha
Teu irmão que o estudo adormeceu
Tuas irmãs pisando de levinho
Para não despertar o sono teu.
Dorme, meu filho, dorme no meu peito
Sonha a felicidade. Velo eu.

Minha mãe, minha mãe, eu tenho medo
Me apavora a renúncia. Dizei que eu fique
Afugenta este espaço que me prende
Afugenta o infinito que me chama
Que eu estou com muito medo, minha mãe.

Vinicius de Moraes (autor brasileiro)

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Mãe...

Mãe, palavra que Deus inventou
Um anjo que à Terra chegou
Voando nas asas do amor
Mãe, palavra mais doce que o mel
Talvez um pedaço do céu
Que Deus transformou em mulher

A Mãe...


Por que Deus permite
Que as mães se vão embora?
Mãe não tem limite,
É tempo sem hora,
Luz que não apaga
Quando sopra o vento
E chuva desaba,
Veludo escondido
Na pele enrugada,
Água pura, ar puro,
Puro pensamento.
Morrer acontece
Com o que é breve e passa
Sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
É eternidade!
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
De tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do mundo,
Baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
Mãe ficará sempre
Junto do seu filho
E ele, velho embora,
Será pequenino
Feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade (Autor brasileiro)

domingo, 27 de abril de 2008

Só por isso, Mãe...

SÓ POR ISSO, MÃE

Mesmo que a noite esteja escura,
Ou por isso,
Quero acender a minha estrela.

Mesmo que o mar esteja morto,
Ou por isso,
Quero enfunar a minha vela.

Mesmo que a vida esteja nua,
Ou por isso,
Quero vestir-lhe o meu poema.

Só porque tu existes,
Vale a pena!

Lopes Morgado

Mãe...

Comemora-se, no próximo Domingo, o Dia da Mãe. O Arrumadores de Palavras tenciona, ao longo desta semana, prestar homenagem a essas grandes Mulheres que deram à luz os seres humanos que vivem à face da Terra...
Para tal, solicitamos a todos quantos costumam visitar este nosso "cantinho" que nos enviem textos em prosa ou poesia ou, simplesmente, pequenas mensagens alusivas às Mães.
Podemos contar convosco? Então... muita inspiração e uma infinita ternura!

sábado, 26 de abril de 2008

Liberdade...

É escusado. Não posso ter outro partido senão o da Liberdade.
O meu partido é o mapa de Portugal.

Miguel Torga

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Arrumadores de Abril


ARRUMADORES DE ABRIL


Palavras mais de mil

muito arrumadas,

neste dia de Abril

desencantadas,

cantando alegrias,

desamores,

é assim este nosso

"arrumadores"

Abril de Abril...

Abril de Abril

Era um Abril de amigo Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.

Era um Abril comigo Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo Abril de Abril.

Era um Abril na praça Abril de massas
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.

Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.

Era um Abril viril Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.

Era um Abril de clava Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.

Manuel Alegre

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Liberdade...

"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."

Cecília Meireles

quarta-feira, 23 de abril de 2008

De meus Avós...

De meus Avós...

De meus Avós,
Uma terna recordação.
Um recuar no tempo, meus anos de menina.
Um casarão,
Um sótão,
Uma escada em caracol,
Um piano,
Tectos pintados cheios de luz,
Cheios de sol,
E-TO-DO-TEM-PO-DO-MUN-DO para amar uma traquina.

De meus Avós,
Uma imagem com pormenor,
Que guardo na minha retina.
Uma vontade maior
De cantar bem alto,
Tão alto quanto um farol,
O que ainda sei de cor,
Por ouvir ao adormecer canções de embalar,
Em dó ou ré,ou mi fá sol.

(Se eu soubesse fazer música, cantaria aos meus Avós...)

Profª Margarida Rita

terça-feira, 22 de abril de 2008

"Encontro com o Prof. António Mota" - As fotos



Eram onze as turmas de 5º Ano que na tarde do dia 21 de Abril encheram o Salão Nobre da Junta de Freguesia de S. Martinho de Bougado. O amplo espaço tornou-se exíguo para tão grande “plateia”.
À hora prevista, o professor António Mota chegou. Acolheram-no sorrisos, olhares curiosos e uma lindíssima melodia executada por um grupo de alunos da professora Júlia Campos.
E o escritor que todos julgavam um “ser” inacessível, revelou-se um homem simples, afável, comunicativo e, sobretudo, “amigo”.
Falou um pouco de si, das suas obras, das personagens que criou, dos lugares mágicos, quase sempre campestres, onde decorrem as deliciosas histórias que nos fazem sonhar...
Respondeu a perguntas feitas pelos alunos. Satisfez curiosidades, esclareceu dúvidas...
Depois, os tão ansiados autógrafos. Em livros que há já algum tempo repousavam nas estantes ou em exemplares recentemente adquiridos na Feira do Livro da nossa escola. Durante algum tempo, a música voltou a ecoar naquele espaço. Desta vez, um grupo de alunos, dirigidos pela prof. Zulmira Ramos, executou vários temas que deliciaram o autor.
Antes da “despedida”, dois alunos, em representação de todos os presentes, ofereceram ao simpático escritor um enorme retrato seu, pintado a carvão.
No final, a felicidade estampada nos rostos.
António Mota gostou. No seu site registou o que sentiu : “O encontro foi no belo auditório da Junta de Freguesia de S. Martinho de Bougado. Eram muitos, muitos. Onze turmas. Turmas do 5º ano. Mas sabiam muito bem o que estavam ali a fazer. Houve perguntas, respostas, e surpresas .Tudo muito organizado E enquanto decorria a longa sessão de autógrafos houve cantigas. Adoro surpresas boas.”

Mensagem de agradecimento (lida pelo Pedro Maia do 5º J, em representação de todos os alunos presentes).

Professor António Mota:

É em momentos únicos como este que sentimos quão vazias são as palavras quando queremos exprimir a gratidão que sentimos...
Que a simplicidade desta lembrança fale por nós...
Bem-haja pelo dia inesquecível de hoje e por todos os momentos de prazer que nos tem proporcionado com as suas obras.
Continue a fazer-nos sonhar...

"Encontro com o escritor António Mota"

Já se encontram no site do Professor António Mota alguns registos fotográficos do evento e um breve texto. Cliquem aqui. Na Secção de "Opiniões", escrevam os vossos comentários.
Amanhã prometemos fazer um "slideshow" com todas as fotografias que também tirámos.

domingo, 20 de abril de 2008

Ainda os Avós...


Avós

Avós são uma
Estrela, para mim,
Que brilha, brilha,
E que nunca tem fim...

Aconselham-me,
Ajudam-me,
Para que me torne
Cada vez melhor.

Acróstico

Ajudam-me na minha
Vida...
Olhem, meus avós, na vossa
Solidão, vou pensar em vós.

Mariana Pedroso, Nº19, 6ºC

Avós...

Com olhar encantador

Amorosos e vaidosos

Lutadores e vencedores

Queridos e amigos

São os meus avós!!

Adriana Luísa, Nº1, 6ºC

sábado, 19 de abril de 2008

Avó...

Avó

Avó, no teu rosto eu vejo

Um rio de lágrimas,

Uma tristeza que não acaba nunca...

Vejo o brilho nos teus olhos.

Vejo o Amor que tens no coração,

E a bondade que tens para dar.

Avó, tu que cuidaste de mim,

Como um feijãozinho,

Como uma flor prestes a abrir,

Como um sol prestes a iluminar.

Tudo o que fizeste por nós

Foi de tanta generosidade

De tanto Amor e de tanto carinho…

Avó, teus cabelos brancos

São como neve que cai no Inverno...

Teus olhos castanhos,

Tuas mãos suaves e macias,

Teu rosto enrugado pelo sol

Que bate na dura estrada que pisaste.

Adriana Luísa, nº1, 6ºC

quinta-feira, 17 de abril de 2008

António Mota... Na perspectiva do 5ºJ


António Mota,
Nosso escritor genial...
Talento sem igual
O seu percurso denota.
Nos seus livros
Inventa histórias
Originais e tão belas!

Magia doce encerra nelas...
Os sonhos e a sedução
Trazem-nos embalados nas
Asas da Imaginação!

Cláudia Patrícia, nº6, 5ºJ

Atarefado a escrever,
Não tem tempo para “brincar”
Tratando de entreter,
Ou cultivar e ensinar.
No futuro, outros livros
Irá, com carinho, escrever...
Outros contos de encantar...

Muita inspiração e prazer!
Outros livros irão nascer...
Tantas histórias declama!
António Mota se chama...

Cátia Vanessa, nº5, 5ºJ

As suas palavras escritas
Não são mensagem perdida:
Têm “alma”, têm vida...
O Amigo nós já temos
Não nos podemos queixar...
Inquietamo-nos quando lemos
Os seus livros de encantar!

Magia tem sua mente...
O que dali sai, não se esquece
Traz em cada semente
A Amizade que permanece...

Rafaela Alexandra, nº21, 5ºJ

António Mota, escritor genial,
Nasceu no Concelho de Baião.
Tem um encanto especial
O fruto da sua imaginação!
Nada mesmo o faz parar!
Inventa belas histórias
Ou contos de encantar!

Manda depois publicar
Os livros a que ninguém resiste.
Tantos sonhos para inventar...
António Mota não desiste!

Iryna, nº11, 5ºJ

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Encontro com António Mota

(Clicar sobre a imagem para aumentar)

António Mota nasceu em Vilarelho, concelho de Baião, em 1957. Bom aluno na escola primária, deslumbrava-se com os livros que a carrinha da Biblioteca Itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian regularmente lhe trazia; leitor compulsivo, ficou para sempre marcado pelo cheiro dos livros. Tendo optado por nunca abandonar o espaço onde nasceu e se fez homem, deixa transparecer na sua escrita claras marcas de ruralidade e um aprofundado conhecimento dos sonhos, das alegrias e tristezas que povoam o espírito das crianças que vivem no Portugal profundo. (Casa da Leitura)

terça-feira, 15 de abril de 2008

O Lago da Casa de meus Pais...

O Lago...

"O lago da casa de meus pais"
Onde os nenúfares cresciam livremente
E o sol os beijava timidamente
É o confidente de tantos dos meus ais.

Nele desenhei os mais belos castelos
Que em nada a outros são iguais
"O lago da casa de meus pais"
Cheirava a lírios azuis e amarelos.

Escrevi poemas,e poemas e coisas mais...
Com eles bordei a sua cercadura
"O lago da casa de meus pais"
É para mim a mais linda moldura.

Profª Margarida Rita

(Isto é para ti Maria João. Desculpa. Mereces mais. Um beijo. Guida)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Uma Imagem... Uma Memória...

O lago da casa de meus pais...

Memória líquida de um tempo sólido em que não sabia ainda que a felicidade era volátil...

Profª Mª João Marques

domingo, 13 de abril de 2008

Uma Imagem... Um Poema...

O Lago...

Quando ouvi a voz da água pensei:
O que me diria o canto dos montes?
O que me sussurraria o vento?
O murmúrio das flores respondeu-me:
Tudo te diria a mesma coisa:
"Escuta o silêncio do teu coração..."

Sofia Castro, 7ºB, nº26

"A partir de uma fotografia, de uma imagem, criem uma mensagem poética."
Este foi o desafio proposto pela professora Mª João Marques durante uma aula de substituição ao 7ºB.
Esta foi a minha "resposta"...

sábado, 12 de abril de 2008

Um Poema...

UM POEMA

Não tenhas medo, ouve:
É um poema
Um misto de oração e de feitiço...
Sem qualquer compromisso,
Ouve-o atentamente,
De coração lavado.
Poderás decorá-lo
E rezá-lo
Ao deitar
Ao levantar,
Ou nas restantes horas de tristeza.
Na segura certeza
De que mal não te faz.
E pode acontecer que te dê paz...

Miguel Torga

quarta-feira, 9 de abril de 2008

SWEET ANGELS - Capítulo X

Capítulo X - De Viagem!

Era quinta-feira. Sora estava na escola a ouvir o professor de Ciências Naturais a falar. Estava a falar sobre uma visita de estudo, ou melhor, sobre um acampamento.
- Meninos - dizia o Professor - vão ter uma visita de estudo que será um acampamento numa floresta para recolherem diversas informações. A viagem e o acampamento terão uma duração de 5 dias todos fora da cidade. Devem levar a vossa tenda, saco cama, mudas de roupa, coisas de higiene,… Ah! E não se esqueçam de levar lanternas e alguns mantimentos para partilhar. A partida é na próxima segunda-feira.
- Para que parque de campismo vamos? - pergunta Kazumi - Eu não fico em qualquer um!
O professor revira os olhos e responde:
- Vamos para a floresta. Uma floresta que fica na Áustria e, esqueci-me de vos dizer, vamos de avião. Tragam as autorizações amanhã para a aula.
Toca para fora. As aulas acabaram naquele dia. Sora, Yuki e Emiko vão ter com Kaori e com os rapazes, pois eram de outras turmas do mesmo ano.
- Olá! - diz Sora - o vosso professor de Ciências já falou convosco sobre irmos acampar?
- Sim! Vai ser de mais! Eu acho que vou e vocês? - pergunta Yutaka.
- Achas que eu ia perder esse acampamento? - pergunta Sora.
- Eu acho que não. Vamos falar com os nossos pais e fazer as malas. - disse Yutaka - Encontramo-nos no McDonald’s daqui a uma hora e meia. OK?
- Sim Chefe! - responde Kaori no gozo.
Foram todos para casa. Os pais concordaram todos, uma vez que era uma visita de estudo.
Uma hora depois, estavam todos no McDonald’s.
- Que bom! Vamos todos! Mal posso esperar por segunda-feira! - diz Emiko.
- Mas vais ter de conseguir! - Responde Yuki.
Depois de uma "longa" espera, chegou o dia ansiado. Estavam todos no aeroporto a fazer o Check-In. Estavam todos muito atarefados. Pouco depois, foram para os detectores.
- Bem, ponham aí as mochilas, as malas, os relógios e tudo o que for de metal.
- Eu não vou tirar o meu cinto! Assim, as calças caem-me! Eu não quero mostrar os boxers! - exclama Haku!
- Tira-o Imediatamente - ordenou o professor.
Haku tirou o cinto, puxou as calças de ganga para cima e segurou-as com as mãos.
Todos puseram as mochilas nuns caixotes para passarem no raio X. De repente, o senhor dos detectores de metais e raios X gritou:
- Parem imediatamente essa mochila.
O senhor tirou a mochila dos raios X e abriu-a.
- O que é que está a fazer com a…
Os outros alunos rebentaram de riso. Dentro da mochila estava um enorme frasco de laca e outro de gel, a “PlayStation 2” e um jogo chamado “Kingdom Hearts”, fraldas, roupa, boxers, o saco cama, uma lanterna, um lençol branco e uma revista da Barbie.
- Para que são as fraldas? - perguntou Sora com difilculdade, pois não conseguia parar de rir.
- Para os animais, para eles não sujarem a nossa zona de acampamento. - respondeu Haku, vermelho.
- E a revista da Barbie? - perguntou Emiko, pegando na revista com as pontas dos dedos.
- É para os fantasmas lerem… - respondeu Haku.
- Não inventes…Primeiro os fantasmas não existem, segundo, se não existem, não lêem, por isso, quem vai ler essa revista és tu. INFANTIL! - exclama Yuki.
- Ao menos leva a PlayStation 2, apesar de não ter onde a ligar! E, se tem o jogo de Kingdom Hearts, é cá dos nossos! - exclama Kaori.
- Deixem o miúdo em paz! - exclama o professor - Ele não traz nada de ilegal, pois não?
- Não - responde o senhor - Ele pode passar! Só estranhei um miúdo da idade dele trazer fraldas. Mas podem passar.
Uma hora mais tarde já estavam dentro do avião. No avião, os bancos eram de três lugares. Sora ia com Emiko e Yuki nos bancos 21 A, B e C. No banco atrás ia Kaori com Kanata e mais uma rapariga da turma de Kaori chamada Akira. No banco à frente ia Yutaka, Haku e mais um rapaz chamado Hideki. Sora ia no seu sítio favorito, ou seja, do lado da janela. Tinha o nariz colado aos vidros.
Uma televisão desceu do tecto do avião. Antes de começar a passar qualquer filme, ouviu-se o piloto do avião a falar.
-Bem -vindos a bordo. Já sabemos que todos os passageiros a bordo são de uma escola. Espero que façam uma boa viagem e desfrutem da maravilhosa paisagem. Queiram estar atentos às normas do avião. Depois, passaremos episódios de um anime que todos conhecem: “Naruto”.
As normas do avião começam a passar na televisão. Era mais um filme com as regras. Um barulho intenso percorre o avião. O motor começara a aquecer.
- Estou nervosa. Acho que vou enjoar. - diz Emiko que está no banco do meio.
- Não vais nada! É giro! Vais adorar andar de avião. Vais querer repetir! - responde Yuki.
- O pior é a aterragem. Têm à mão os rebuçados que compraram no aeroporto? - pergunta Sora.
-Aqui estão eles! - responde Emiko.
O avião começa a fazer marcha atrás. Ouve-se mais uma vez a voz do piloto.
- Para a descolagem, mantenham os cintos colocados e bem apertados. Mantenham as cadeiras na posição vertical. Para isso, cliquem no botão que está no vosso apoia-braços. Certifiquem-se de que os tabuleiros estão devidamente colocados no sítio, ou seja, na posição vertical. E, mais uma vez, boa viagem.
O avião pára novamente. A hospedeira vem fechar as bagageiras. Da janela de Sora vê-se um avião a descolar. A janela de Sora ficava um pouco atrás das asas. Tinha uma boa vista para o exterior. O avião ainda não tinha começado a andar novamente. As asas do avião mudam de forma. Passam para a forma de descolagens e aterragens. O avião recomeça a andar em direcção à pista. À sua frente, estão mais quatro aviões à espera da sua vez para descolar.
- Olhem… há quem diga que, ao descolar, se estiver com a cabeça colada a cadeira não se enjoa. Mas eu sugiro que se mantenham na posição vertical, ou seja, com a cabeça no buraco da janela. Ah! Mais uma coisa! Rebuçados na boca! - exclama Sora.
Finalmente, chega a vez do avião deles. A torre de controlo dá o sinal e o avião avança na pista. A sua velocidade é cada vez maior. Pouco depois, deixa-se de sentir o chão debaixo dos pés. O avião acaba de levantar voo e fura o céu a toda a velocidade (aproximadamente 700 Km/h).
- É demais! Já tinha saudades disto! - exclama Sora.
- Podes crer! - responde Yuki.
- Eu não sabia que isto era assi…
- SALVEM-ME! ESTÁ A FALTAR-ME O AR! - ouve-se alguém gritar. Sora apercebe-se de que quem está a gritar é Haku. Pela sua reacção (aos gritos) percebe-se que deve ser a sua primeira viagem de avião.
O tempo passa lentamente. Kaori tira fotografias. No banco à frente está um alarido total devido a Haku. O avião pára de subir passado algum tempo. Está a 10 000 metros de altura, aproximadamente. Como o tempo em Osaka estava encoberto, lá em cima viam-se bonitas nuvens. Sora pensou que o avião tinha entrado no Céu onde ela era aprendiz de anjo. Os episódios de Naruto começaram a passar no avião. A hospedeira pousou as comidas nos tabuleiros.
- O que é que queres para beber? - perguntou alguém.
Sora apercebeu-se de que a das bebidas estava a chegar. Sora pediu uma Coca-Cola.
Comeram animadamente sem grandes alaridos. Pouco tempo depois aterraram. Tinham chegado ao seu destino.

Catarina, 7º B

terça-feira, 8 de abril de 2008

A Velha Amendoeira...

Junto a um muro velho
A uma casa ruída
A velha amendoeira diz que não
À morte
E fica
De repente
Menina e noiva
Ao mesmo tempo.
O vento ri-se dela
Arranca-lhe as pétalas
Mas são tantas que não se nota
Escarnece-a:
- "És uma velha louca de véu e grinalda!"
Para enxotar os insultos machistas do velho Vento
Acudo-lhe com estes versos:
- "Não ligues! É inveja!
Estás tão linda assim de noiva, avozinha!"

Teresa Rita Lopes

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Águas Serenas...

Ontem as águas estavam serenas
Mantinham a distância certa
Éramos cúmplices apenas
Sem ter o coração alerta

Amiga era um sentimento
Sem fazer calor nem frio
Tudo entre nós era simples
Como as coisas em pousio

Foi qualquer gesto que fizeste
Qualquer coisa que disseste
Que mudou a situação...

(...)

Carlos Tê

domingo, 6 de abril de 2008

A Verdade...

A Verdade...

A verdade é rara,
Situa-se muito longe de qualquer lugar habitado.

Vive sozinha e não pára,
E assim gosta de ser.
Zanga-se com a mentira,
E sobre ela reflecte a sua ira.
Seu castigo é tão pesado

Que não consegue ser parado.
Ultravioletas são os seus olhos.
A sua pele é transparente.
Nunca se enganou,
Dado que nunca parou.
Objectiva é a sua personalidade.

Qualifica muito bem,
Utilitária gosta de ser,
E tem sempre razão.
Razão essa que a faz viver.
E mesmo que a tentem parar,
Mesmo que a queiram matar,
O seu sinal deixa ficar.
Sempre que dá a cara,

Tira grandes pesos de cima,
Embora seja tardia.
Requintados são os seus gostos,

Genuína é a sua palavra.
Ri por último sempre melhor.
Amadora nunca foi.
Coragem está no seu bilhete de identidade.
Abala muitos corações.

Dá-nos felicidade,
Amor.
Mata-nos de curiosidade,
Ocupando a nossa mente,
Sensibilizando a nossa pessoa.

Prejudicar não tem intenção.
Observadora ela é.
Rigorosa quando necessário.

Neutra e imparcial,
Ocultada muitas vezes,
Sendo, no entanto, descoberta.

Anula a mentira!

Mentira que sobre nada leva avante,
E é sempre descoberta,
Num acto triunfante.
Tudo descoberto então,
Irá triunfar a razão.
Realmente a mentira é uma ilusão!

Miguel Maia, nº 22, 9º A

Em noite de vitória do FCP...

DESPORTO

Divirto-me a jogar com os colegas
Escalada gosto de fazer
Sinto-me triste quando perco...
Porto é o meu clube
O melhor jogador quero ser
Ricardo Quaresma é o meu preferido
Trofense é onde jogo
Olhos nos olhos do guarda-redes, um golo vou marcar

Rui Filipe Oliveira, 7º C, nº 26

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Ilse Losa... Na perspectiva do 6º C...

Imaginação não
Lhe falta
Sempre com um sorriso a
Escrever histórias para encantar

Luz no
Olhar, a
Sonhar e a
Alegrar os corações - Bruno, nº 8



Imaginar um
Livro
Silka ela
Escreveu

Leu, pensou
Olhou
Sonhou e
Amou - Adriana, nº 1


Inconsciente
Leitura de quem
Sofre
Estupidamente pela

Liberdade
Ofuscante e
Supreendente de quem
Ama - Miguel Ângelo, nº 20



Imaginar
Ler
Sonhar
E ser escritor

Lançar nas páginas dos livros
O maravilhoso
Ser que existe na sua
Alma - Cláudia, nº 12



Imagem
Lindíssima de uma
Sonhadora
Erguendo

Levantando
Olhares
Sossegados de quem está
A procura de um novo ser - Ana Filipa, nº 13

A minha história...

A minha história


A minha história é simples

A tua, meu Amor,

É bem mais simples ainda:

"Era uma vez uma flor.

Nasceu à beira de um Poeta..."

Vês como é simples e linda?

(O resto conto depois;

Mas tão a sós, tão de manso,

Que só escutemos os dois.)


Sebastião da Gama

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Un Banc, un Arbre ou une Rue...

(Clicar sobre a imagem para aumentar)

Un Banc, un Arbre ou une Rue...

On a tous un banc, un arbre ou une rue
Où l'on a bercé nos rêves
On a tous un banc, un arbre ou une rue
Une enfance trop brève
(...)

Eurovision 1971- Monaco- Severine

terça-feira, 1 de abril de 2008

Dia dos Enganos


"Há enganos tão bem elaborados que seria estupidez não sermos enganados por eles."

Charles Colton


MENTIRA

É verdade
que a saudade
tem raízes.
É verdade
que a liberdade
nos faz felizes.
É verdade
que a inverdade
tu não dizes.
Este amor
e esta dor
ninguém me tira.
Sem ti
eu sou feliz,
mas é mentira