quinta-feira, 19 de junho de 2008

Que seja infinito enquanto dure...

Soneto da Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei-de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa (me) dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes

5 comentários:

Anónimo disse...

Eu chamar-lhe-ia, também, Soneto da Felicidade, para quem o lê e se pode nele rever.

Obrigado por isso !

Anónimo disse...

"Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento."

Como se pode ficar indiferente a este encanto de versos?

Que saudades, Vinicius...

Anónimo disse...

Ola esta muito giro .
Gostaria que metessem no blog qualquer coisa sobre o saber q b.
XAU , obrigada.

Anónimo disse...

"De tudo, ao meu amor serei atento"...

Num só verso toda a essência do amor: dar e dar-se.

Se ambos o fizerem, ambos estarão a receber.

Parabéns pela escolha.

Anónimo disse...

Boas férias!